sábado, 21 de abril de 2012

O preço dos sentimentos


Acho que esta vida,
Não é minha vida.
Queria se livre,
E na verdade sou aprisionada por mim mesma,
Pelos meus sentimentos.
Nunca por pessoas.


Pessoa nenhuma tem o poder de me obrigar a algo,
Mas meus sentimentos, SIM.
Portanto não sou livre,
E jamais serei.


Porque destes meus sentimentos,
Alguns posso descartar,
Mas outros eu tenho que viver,
Afinal, não se vive sem sentir.


Não entendo bem,
Se seria melhor ser insensível,
ou passar a vida sentindo tudo isso.
Qual seria a pior sentença?
Ser imune ao amor,
Ou se aprisionar nele?


O que é ser livre realmente?
É não sentir, não pensar, não amar, ignorar o próximo e viver só para sí?
Ou viver para sentir, amar, ajudar o próximo e estar presente nesse mundo tão diverso?
Eu sinceramente não consigo me imaginar tão vazia
a ponto de querer trocar meus sentimentos tão intensos por essa liberdade tão dúbia.


Sendo assim,
Melhor presa pelos meus sentimentos
Do que vivendo numa liberdade vazia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Menina do Vento


Eu ví a menina dançando,
A brisa esvoaçando seus cabelos, 
Enquanto bailava por entre luzes e sombras,
Correndo contra o tempo.


A inocência se fazia presente,
Entre sonhos tão frequentes
Naquele  pequeno coração,
Que pulsava forte por existir.


Batia a curiosidade tão grande,
Em conhecer não o que estava perto,
Mas sim o que estava distante:
O futuro, o Criador, a criação.


Qual seria seu caminho,
Nesse mundo infinito,
Nesse mundo tão estranho
E sem dimensões?


O tempo passa,
E para a bailarina do vento,
Se faz presente o futuro,
Nada a contento.


É uma pena,
Mas a vida flui,
Corre sem perguntar,
Sem ler nossos pensamentos.


Então,
A mulher para no tempo,
E acena para a pequena menina
Que bailava ao vento.


Que pena,  
Diz entre lágrimas.
Criança, você ficou lá atrás,
Teu nome era: esperança.


Mas nesse momento,
A mulher sorrí,
E dançando com emoção murmura:
Sempre, sempre te terei na lembrança!


Hoje eu sei,
Que a menina era a mulher.
Hoje eu sei,
Que a mulher é a criança.


Que dançou,
Que girou,
E que nos caminhos da vida,
Caiu e chorou.


Porém, 
Sempre confiando em Deus,
Nele buscando forças,
Se recompôs e se levantou.


Assim, 
Ela novamente e mais uma vez dançou,
E dançou,
E dançou..

sábado, 9 de janeiro de 2010

Diálogo com o Silêncio

É madrugada,
Estou sem sono.
Sento-me na sala quando de repente ouço uma voz dizendo:
- Oi, posso conversar com você?
Procuro por quem fala quando então percebo: é o silêncio.
Acreditem, ele fala!


Então ele me começa a fazer perguntas que passo a responder.
- Quem é você? Pergunta ele.
- Sou uma mulher.
- Está triste?
- Não, não estou triste.
- Você viu a solidão?
- Não. Não vi.
- Mas... ela não está com você?
- Não. Ela não poderia estar comigo.
- Porque?
- Porque estou acompanhada.
- De quem?
- Do meu amor.
- Não entendo, continua dizendo o silêncio. Porque não vejo?
- Ahh.. Porque ele está aqui. Assim como você, respondo.
- Como assim?
- É que não se vê, mas se sente. Entende?
- Como ele é?
- Ele? É lindo, inteligente, gentil, amoroso, carinhoso e muito, muito mais.
- E o que você pretende com ele?
- Pretendo fazê-lo feliz. Claro!
- Ele te leva para passear?
- Sim. Sempre.
- Onde?
- Ao Paraiso.


De repente o silêncio fica em silêncio por um tempo, quando então diz:
- É... acho que você não precisa da minha companhia.
- Pode ficar se quiser, eu respondo. Mas fique em siêncio para não atrapalhar meu amor.
- Porque? ele pergunta.
- Porque ele dorme, respondo.
- Só mais uma pergunta? Posso?
- Claro.
- Como ele se chama?
- Você sabe muito bem.
- Então, diz o silêncio, vamos ficar aqui nós tres. Eu, você e ele. Em silêncio.


E fez-se silencio



Lembranças

Lembranças da minha vida,
Muito pobre e sofrida.
Lembranças que me entorpecem num instante.
De um tempo nem tão distante,
Que num segundo eu chego lá.


Lembrando dos tempos da minha infância,
Buscando na consciencia,
Percebo o quanto eu tenho para lembrar.


Da familia toda unida,
E que se eu pudesse ter outra vida,
Muita coisa iria mudar.


Mudaria sim a história da minha vida,
Mas nunca um personagem nela contida.
São meus irmãos e meus pais.
Muitos ainda estão aqui,
Outros já não mais.


Ahh.. que falta cada um deles faz...
É a vida que me deixou orfã dos pais,
E mesmo meus irmãos,
As vezes sinto que já não os tenho mais.


Que pena...
Que saudades sinto da familia cheia de erros,
porém sempre totalmente unida.
Que saudades sinto das conversas e até das brigas,
Que saudades sinto dessa minha vida.


Restaram-me apenas lembranças,
Guardadas a fogo na consciencia.
Essa teimosa e guerreira,
Que teima sempre em lembrar tudo o que eu já vivi.


Hoje, mulher madura
Trago comigo a amargura,
Que tento tranformar em doçura,
Para distribuir a quem vive perto de mim.

Nas mãos de Deus

Nas manhãs ensolaradas e nas noites estreladas,
Está a mão de Deus.


Nos passarinhos que cantam,
Nas cascatas murmurantes,
Na chuva que cai,
Nas flores balançando ao toque do vento,
Está a mão de Deus.


No céu azul e nos verdes campos,
Nos mares cantantes,
Nas montanhas imponentes,
Também está a mão de Deus.


Em toda a Criação,
Desde um grão de areia tão pequeno,
Até numa invisivel gota de sereno,
Está a mão de Deus.


Se pararmos para olhar os pontos,
Veremos a mão de Deus,
Em todos os cantos.


Olhando profundamente,
Percebo Deus na criança carente.
Olhando com mais afinco,
Vejo o Deus vivo nos famintos.


O vejo na criança, no velho, no doente,
E até mesmo naquele que já sem esperança está descrente.


Meu Deus, em tudo está Tua mão.
Em todo lugar, na terra, no ar, no fogo, no mar e na face do meu irmão.


Minhas palavras são pequenas,
Para expressar Tua grandeza.
E, o quanto é imensa Tua nobreza.


Ao lembrar,
De Cristo no Corcovado,
Fico chocada vendo meu Deus tão querido,
De mãos abertas e braços estendidos.
O que me faz notar que diante de tudo isso,
Muitas vezes ficamos de braços cruzados.

Pequei Senhor

Senhor,
Tenha misericórdia pelas vezes que errei enfrentando pessoas e situações,
E pelas vezes que errei por não enfrentar.


Senhor,
Tenha misericóridia pelas vezes em que errei esbravejando, 
E pelas vezes que me calei quando deveria gritar.


Misericórdia Senhor,
Por tudo em que me omiti e por tudo em  que deveria ter me omitido.


Misericórdia Senhor,
Por todos os momentos em que me acomodei e por aqueles em deveria ter me acomodado.


Misericórdia Senhor,
De quando não acertei e de quando deveria acertar.


Misericórdia Senhor,
Por ter sido orgulhosa e por não ter me orgulhado quando devia.


Misericórdia Senhor,
Por ter humilhado alguém e por não ter sido humilde quando deveria.


Misericórdia Senhor,
Pelas vezes em que não encorajei, simplesmente por não ter coragem.


Misericórdia Senhor,
Por tudo que suportei sem necessidade e por tudo que por necessidade deveria suportar.


Perdão meu Deus por tudo o que fiz e pelo que deixei de fazer.
Sei, sou pecadora e nem mereço Teu perdão.
Mas numa coisa eu confio meu Senhor:
Na Tua misericórdia Infinita.
O Senhor, há de ter misericórdia de mim.